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Construí aqui uma espécie de conto de fadas mineiro, com algumas pitadas de suspense e ameaças de violências. É a história de dois sujeitos atrapalhados que, num cinzento mas agradável dia de Outubro, acordam e entendem que têm como tarefa principal dedicar cuidados especiais àquele dia nublado; simplesmente isso: cuidar da aparição daquele dia.

Pois se lembram de outros nublados dias de Outubro como aquele. E entendem que aquele dia faz parte de uma corrente, e que aquilo que farão, naquele dia, será como um novo capítulo na história dos dias de Outubro.

*

Mané e seu sobrinho Andreas são dois agregados, filhos de criação (como se dizia) na numerosa família de Alfredo Miranda, situação comum até há algum tempo no interior de Minas.

E são dois ‘destrambelhados’, dois personagens típicos, desses que, infelizmente, ainda hoje a gente encontra aos milhares pelas Minas Gerais e Brasil afora: a família incapaz de cuidar deles, e eles mal cuidados pela saúde pública, entupidos de remédios até a alma, ou até não sobrar mais nada da alma.

Mas, no tempo desta história, ainda não havia o monopólio das tais curas psiquiátricas, melhor, a família Miranda cuidava o suficiente de nossos dois ‘doidinhos’, para que não precisassem se entupir dos tais remédios; cuidar no sentido de acolher, escutar, levá-los a sério e deixá-los viver à sua maneira.

Davam-lhes tanto cuidado e liberdade que eles, por sua vez, viviam cuidando das coisas e gentes da fazenda – à sua maneira, e de acordo com as singulares realidades de seu mundo, é claro.

Cuidavam de tudo: a ancestral família do bambuzal, a bica d’água e dos sonhos, o nascer do dia e o nascer das pessoas para o dia, os boivinos no pasto. No que cuidavam tanto dos entes humanos e não humanos, aí é que se via: eles viam o que os outros não viam, viam o que eles mesmos não sabiam que nome tinha. Viam o Mistério que vivia ao lado e por detrás de cada coisa e de cada gente. Tudo isso era para eles como uma tarefa, dada por algo secreto e maior do que eles próprios.

*

E eis que então acordam e passam a cuidar daquele especial dia de Outubro. Recrutam o primo Vicente, que constrói para eles uma miniatura de um moinho, vistoriam cercas, hortas, pastos, encontram-se com as crianças que voltam da escola e com elas marcham estrada afora, ouvindo suas narrativas acerca do agressivo combate, que tinham travado com as crianças dos Lourenço, família rival dos Miranda.

Por fim, depois de mais algumas peripécias, o fatídico pé de manga. Andreas é instigado, pela inquieta menina Marcelina, a procurar a primeira manga da estação, brotada da Origem. Não contente com sua insistente pedição, Marcelina vai atrás de Andreas, nas gostosas mas perigosas alturas. E Marcelina cai lá de cima. E pronto.

Gritos, caos, carro, correria, a cidade, o hospital. Estará interrompida a história dos dias de Outubro?

Marcelina morrerá?

*

A Mané, Vicente e, principalmente, Andreas, resta fugirem para pastos e capoeiras, com medo de represálias. Mesmo porque quem veio para saber do acontecido foi Norval Tristão, antigo e temido delegado da cidade. E isso desperta confusões e pavores em Andreas, como se Norval, apesar de não ser mais delegado, estivesse ali para prendê-lo. E, para complicar, Vicente conta a história de uma perseguição que Norval fizera, muitos anos atrás, bem ali perto, no pasto dos Lourenço.

A notícia tendo corrido, as pessoas vão chegando: gente dos Miranda, vizinhos, até mesmo gente dos Lourenço. Resta somente aguardar. E a cozinha, a sala, a varanda, os terreiros, vão aos poucos se enchendo. E haja quitanda e café e até mesmo janta pra tanta gente. E iniciam-se orações e terços.

 

Marcelina viverá?

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